quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Reflexões – Parte I

Este mundo roda ao contrário.
Todos os dias há um acontecimento ou uma noticia que o comprova e o mais engraçado é que isso é um facto aqui, ali e em toda a parte. Ventos de mudança sopram em várias direcções, umas vezes desconcertados e outras nem tanto, contudo é inegável que contra factos não há argumentos.

Triste é a sorte dos perspicazes que assistem a esta realidade cinzenta com plena consciência do que se passa, porque se passa e como se passa. É que as aparências iludem. Ou será que as aparências “enfeitam” uma árvore cheia de ramos secos e improdutivos em que escasseia o verde das folhas? O mesmo verde que ajuda a colorir os quadros a preto e branco e a depositar esperança no futuro. Esse mesmo…

Pena é que haja sempre espaço e seja sempre dado tempo (de antena) a perfeitas hipocrisias e a rigorosos calculismos. Eles nunca vão nus ao contrário do Rei mas não é por isso que a sua silhueta permanece em segredo.

O sorriso, de preferência aquele, o da indiferença, acaba por ser uma arma que não serve de arremesso mas antes de escudo protector. A ignorância dos pseudo espertos não o ultrapassa, aliás é responsável por eles serem isso mesmo: pseudo! E tanto assim é que estas palavras não terão na sua forma de entender o alcance que a sua origem merece mas servem de sorriso, de sorriso de indiferença e consequentemente de escudo protector. Que bom que é assim, para bem dos tristes (perspicazes). Amanhã não será diferente. A ambição será maior ou igual a hoje e os degraus continuarão a escassear. Pela Lei da Oferta e da Procura se deduz que o preço do degrau continuará a aumentar à semelhança do barril de petróleo e a tentação de o comprar no mercado paralelo crescerá na mesma medida. No meio da multidão haverá de certeza aqueles que conseguem chegar mais à frente e que por força dos sapatos que usam se mantêm confortavelmente em bicos de pés e, coincidência ou não, são esses que alcançam os escassos degraus. Não há muito mais a dizer a não ser: “temos pena”! Mas a verdade é que temos mesmo… Viva o desencantamento e a desilusão. Parabéns à injustiça afinal de contas é ela que continua a somar pontos no final dos jogos!

Um dia os mundos vão deixar de rodar ao contrário. Aí está a mais ténue das esperanças e o mais sincero dos desejos. Até lá, fica uma nota: sem comentários!

1 comentário:

Gaita Grande disse...

Tou contigo Zé. Sem comentários.