quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Reflexões - Parte V

Escrevi há um ano que "normalmente o dia sucede à noite e o soL sucede à Lua mas há dias em que esta perfeita normalidade se estrangula no meio de acontecimentos que nos fazem procurar o sentido lógico das coisas, das pessoas, dos lugares e dos momentos..."!

Passado um ano, o dia continua a suceder à noite e o soL à Lua e continuam a existir dias em que esta (im)perfeita normalidade se estrangula. O dia 4 de Novembro do ano passado não desapareceu e muito menos foi esquecido, nem hoje, nem ontem nem antes disso. Está isso sim, bem presente apesar do rebuliço do dia-a-dia e da escassez de minutos que os dias insistentemente continuam a ter.
É que esse dia continua a estrangular o meu conceito de normalidade...


Trago comigo uma vontade inimaginável de correr mundo, de conhecer e ser surpreendido pela pequenez do meu conhecimento e do meu pensamento; sei que vou perceber em cada lugar diferente que há formas diferentes de fazer, de ser, de estar e de sentir e isso fascina-me. Por norma, caminho com a despreocupação de uma criança naturalmente ingénua mas interrompo esse precurso para pensar e sinto-me triste. É que algo pode "estrangular" os sonhos, os planos, a ambição e os desejos de alcançar o mundo com a mão. Não tenho de ficar, nem devo ficar triste, é no caminho que está a felicidade (ou os momentos felizes como lhe gosto de chamar) e não na meta; eu sei disso, eu vivo isso! Mas porquê ser feliz num caminho quando se pode sê-lo em mais outro e depois noutro e ainda em mais um????
Essa frustração não consigo mudar, não a penso, antes a sinto e o que se sente não dá para mudar por acção simples da razão!


"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas (...), descobertas (...), sonhos (...), risos (...), lágrimas (...), angústias, finais de semana, finais de ano...
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre." fernando pessoa



Trago comigo umas saudades imensas do Carlinhos - pensei que as amizades continuassem para sempre e o "para sempre" ainda não chegou - e por muito bons que tenham sido os momentos, por tanto que tenha sido o tempo de fruição, eu sinto que queria mais e nada nem ninguém me vai fazer sentir o contrário. Portanto, deixem-me estar triste, deixem-me querer ter tido mais, não queira alguém que me resigne! Não desisti de nada e nem desapareceu em mim a vontade de conquista mas quero poder ter um dia em que estou triste e hoje é um desses.
Amanhã estarei de volta à luta ou talvez hoje mesmo depois de escrever...



Meu caro,

Perdoa-me se for de outra cor mas para mim continuas a "andar de nuvem em nuvem vestido de batina branca", continua a aparecer para uma conversa e continua sobretudo a inspirar-me. Eu continuarei a fazer-te o "favor" de ser feLiz...


Abraço sentido


P.S. A Claudia agradece a tua flor. Disse que era muito linda:)

2 comentários:

cosmix disse...

Zezinho, só vindo de ti..
Obrigado por partilhares as tuas reflexões!
Abraço

Unknown disse...

"Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas (...), descobertas (...), sonhos (...), risos (...), lágrimas (...), angústias, finais de semana, finais de ano...
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre."

Vou dissertar acerca disto!!!